segunda-feira, 13 de setembro de 2010

RAPÉS INDÍGENAS E NU-NU



O rapé, é criação milenar das nações indígenas sul-americanas e constitui uma sabedoria popular de múltiplas facetas, uma arte praticamente inesgotável.
Na preparação do rapé, as folhas da planta são secadas ao vento ou ao sol, sobre um fogo ou sobre uma vasilha colocada de boca pra baixo sobre brasas ardentes. As folhas secas são piladas, pulverizadas e muitas vezes peneiradas. Cascas de cocos e panelas podem servir como pilões. Eles são guardados em recipientes feitos de bambu, cabaças ou concha de moluscos.
Todos os rapés podem ser aspirados diretamente da mão ou de uma folha. Mais frequentemente entretanto são ingeridos por meio de tubos de absorção nasal, simples ou duplos, ramificados ou angulares, feitos de caniço ou ossos perfurados.
Os tubos de absorção nasal, simples e relativamente curtos, são usados como inaladores de autoconsumo. 


O NU-NU




O Nu-nu é um pó ou "rapé" indígena de origem amazônica. De cor verde e bastante fino, é feito a partir de folhas de  nicotiana tabacum (mapacho) e a entre-casca de of theobroma bicolor,da mesma família do cacau.e por vezes de outras folhas de plantas específicas, conhecidas só pelos curandeiros e xamãs amazônicos.
O Nu-nu sempre foi utilizado pelos índios Matsés peruanos (povo jaguar), os mesmos que nos fazem o Kambô ("medicina del sapo" ou "acate"). Eles utilizam o Nu-nu para ter visões de animais e plantas, para saber onde caçar(se comunicam com os animais), para descobrir ervas medicinais, ou apenas para descansar e dar uma algumas risadas após um dia duro de trabalho.
O Nu-nu é utilizado pelos Matsés da seguinte forma: o curandeiro coloca  0,5g  do pó numa extremidade de um longo canudo de madeira. A outra extremidade é colocada numa das narinas do usuário, e então o curandeiro sopra o pó para dentro com bastante força. Índios experientes costumam fazer isso nas duas narinas.
Imediatamente sente-se uma "explosão" dentro da cabeça, e o nariz arde logo em seguida, fazendo o usuário espirrar e tossir resíduos do nu-nu, podendo este sentir um pouco de vertigem.
Porém, em poucos segundos tais sensações cessam totalmente e o usuário é tomado por uma calma visionária, na qual experimenta profundo relaxamento, visões de plantas e animais,  locais e situações imprevisíveis. Por vezes contatos espirituais são experimentados, e recebe-se revelações dos segredos da floresta e do corpo humano.
Seus efeitos visionários são rápidos, em questão de minutos passam, mas o relaxamento dura por cerca de uma hora.
Os índios também usam o Nu-nu  colocando cerca de 1g debaixo da língua e mantendo. Neste caso geralmente não há visões e seus efeitos são similares ao de um bom tabaco mascado, trazendo relaxamento e certa "embriaguês" (não é como a alcoolica), que dura por mais de duas horas.


Os curandeiros indígenas nao administram  Nu-nu em pessoas com distúrbios mentais ou com problemas cardíacos.



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